Números apontados pelo IABr - Instituto Aço Brasil, antigo IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia no jornal Valor Econômico de 22/09/2010, de que as importações de aço pelas siderúrgicas brasileiras não passam de 8% (oito por cento), não merece credibilidade. A informação divulgada difere dos números reais, principalmente pelos números das importações das siderúrgicas brasileiras que juntamente com as importações de aço de suas coligadas, representam 50,562% (cinquenta inteiros, quinhentos e sessenta e dois centésimos), ou seja, praticamente metade do aço importado pelo Brasil. Considerando a cotação da moeda brasileira frente ao dólar americano, a notícia não é ruim para o setor industrial na medida em que a saída de dólares corrobora para conter a valorização do Real e, consequentemente a entrada de aço mais barato ajuda a segurar a inflação.
A Folha de São Paulo ensina em vídeo: a verdade depende da forma como é contada:
Vídeo entre os 100 Melhores - Folha - Não dá para não ler
Importações de Aço - Janeiro a Junho de 2010
Produto | Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho | Total |
Chapa Grossa | 39.323 | 31.531 | 46.612 | 23.392 | 31.560 | 35.677 | 208.095 |
Laminado a Quente | 82.357 | 54.039 | 132.282 | 146.549 | 88.936 | 63.431 | 567.594 |
Laminado a Frio | 69.753 | 43.640 | 121.298 | 105.635 | 88.410 | 79.632 | 508.368 |
Revestido | 53.470 | 92.094 | 104.375 | 76.072 | 82.038 | 108.494 | 516.543 |
Total Aço Plano | 244.903 | 221.304 | 404.567 | 351.648 | 290.944 | 287.234 | 1.800.600 |
Importações de Aço - 1º Semestre de 2010 - Setor - Números Estimados
Setor Responsável Importação - Aço Plano | Volume Aproximado (US$). | Participação |
Siderúrgicas Brasileiras - IABr | 572.950.000,00 | 48,611% |
Máquinas e Equipamentos - Abimaq - Outros | 125.500.000,00 | 10,648% |
Automobilístico - Anfavea | 170.000.000,00 | 14,423% |
Tradings | 47.000.000,00 | 3,988% |
Estaleiros | 91.000.000,00 | 7,721% |
Distribuição Coligada - Inda - Sindisider | 23.000.000,00 | 1,951% |
Distribuição Independente | 150.000.000,00 | 12,727% |
Total Aço Plano | 1.179.000,00 | 100% |
Embora o reiterado anúncio de crescimento da produção, o Brasil demonstra crescimento sim, mas, na produção de placas de aço para exportação, refletindo na crise ininterrupta do ferro gusa, na medida em que Estados Unidos, Japão e Europa pretendem alcançar a produção limpa. Toda mudança provoca uma reação, mas, o Brasil demonstrou não estar preparado quando a Coréia do Sul, país sem nenhuma tradição na produção siderúrgica o ultrapassou.
País | 1980 | 1990 | 1995 | 2000 | 2005 |
Coréia do Sul | 8.558 | 23.125 | 36.772 | 43.107 | 47.820 |
Brasil | 15.337 | 20.567 | 25.076 | 27.865 | 31.610 |
Por anos o número reduzido de produtores favoreceu acordos incluindo metas de colocação nos mercados interno e externo[1]. A informalidade de acertos e a falta de concorrência externa favoreceu este cenário. Pouco após a privatização a siderurgia brasileira estagnou. A forma predominante de concorrência entre as empresas produtoras de aços contribuiu para a estagnação. Nas fases de crise ou de aquecimento da demanda prevaleciam as metas de colocação e acordos em torno de preços: BNDES (1987: 48)
“É informacional porque a produtividade e a competitividade de unidades ou agentes nessa economia (sejam empresas, regiões ou nações) dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais atividades produtivas, o consumo e a circulação, assim como seus componentes (capital, trabalho, matéria-prima, administração, informação, tecnologia e mercados) estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes econômicos. É informacional e global porque, sob novas condições históricas, a produtividade é gerada, e a concorrência é feita em uma rede global de interação” (Castells, Manuel - A Sociedade em Rede).
[1] Segundo Paula “O que se vê, muitas vezes, são acordos fechados entre várias empresas, filiadas a ASP (Associação de Siderúrgicas Privadas), com o objetivo de ‘sustentar a estrutura de mercado”. A ASP foi fundida com o Instituto Brasileiro de Siderurgia, conservando a denominação deste último.
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